quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Congreso Internacional Vallejo Siempre, New York ( 2021)

 


El programa completo puede verse en:

https://asociacioninternacionaldeperuanistas.blogspot.com/2021/08/congreso-vallejo-siempre-iv-nueva-york.html

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https://tufts.zoom.us/j/93539860357?pwd=a2FQcTVzNzNhVWhMUmljRERZQndsUT09#success


PONENCIAS SUGERIDAS:

https://youtu.be/eZhhM78DWsM

“César Vallejo no Brasil: Questões Meridionais e Setentrionais”

Ricardo José de Azevedo Marinho (Instituto Devecchi)  e Renata Bastos da Silva (Universidade

 

https://youtu.be/TazYH77X-mw?list=TLPQMjkwOTIwMjFQ1pO-B3FlzA

"'Y la tórtola corta en tres su trino': la poesía de Vallejo".

Stephen M. Hart (University College, London)

 

https://youtu.be/32KPQjLO4Ls

"'La indígena morenez del estilo y el alma': presencia de César Vallejo en Rusia"

Sebastián Moranta (Universität Kassel, Alemania)

 

https://youtu.be/RMPDoUA7RxI

“En el taller de Vallejo, II”

Alan Smith Soto (Boston University)

 

https://youtu.be/vPegJvloESI

Cosmovisión quechua en Trilce II

Victor Quiroz (University of California, Berkeley)

 

https://youtu.be/QKH8ioqf_bg

“'Cuadrúpedo intensivo': poesía y humanidades en César Vallejo". 

Pedro Granados, PhD (VASINFIN-UNMSM)

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

TRILCE/TEATRO: GUIÓN, PERSONAJES Y PÚBLICO (VIDEO)




Brevíssima análise do poema Huaco, de César Vallejo

O poeta nasceu em Santiago de Chuco, região andina localizada ao norte do Perú. Sua descendência origina-se de espanhóis e indígenas. No final do ano de 1917, Vallejo escreveu seus primeiros poemas, que deu origem ao seu primeiro livro: Los heraldos negros, impresso em 1918 e lançado em 1919.

Neste livro encontramos um Vallejo que estava em formação, buscando uma escrita que esbanjasse sentimentos nas palavras, e não para serem traduzidas. Dentre os poemas deste livro, destaca-se aqui o poema Huaco:


Yo soy el coraquenque ciego

que mira por la lente de una llaga,

y que atado está al Globo,

como a un huaco estupendo que girara.


Yo soy el llama, a quien tan sólo alcanza

la necedad hostil a trasquilar

volutas de clarín,

volutas de clarín brillantes de asco

y bronceadas de un viejo yaraví.


Soy el pichón de cóndor desplumado

por latino arcabuz;

y a flor de humanidad floto en los Andes,

como un perenne Lázaro de luz.


Yo soy la gracia incaica que se roe

en áureos coricanchas bautizados

de fosfatos de error y de cicuta.


A veces en mis piedras se encabritan

los nervios rotos de un extinto puma.


Un fermento de Sol;

!levadura de sombra y corazón!


Na construção de suas nuanças poéticas, Vallejo faz uso de uma linguagem que condensa suas origens com a germinação de sensações que borbulham a violência, representações andinas e indigenistas, típicos de sua primeira fase. Interessante no poema é que o título Huaco está intimamente ligado as peças de cerâmicas indígenas pré-colombianas, assim como a apresentação da figura mítica do coraquenque, na primeira estrofe, ave mítica com cores vívidas. 

Segundo Carolina Valenzuela Martínez (2007, grifo do autor) “el coraquenque, que en quechua designa a un pájaro cuyas se usaban como símbolo de la realeza en el tocado de los incas”. Como representação da realeza que olha para um futuro sombrio que lhe aguarda, um ‘huaco’ onde será enterrado.

Na segunda estrofe, a ideia de morte, de violência se intensifica ao trazer a figura da llama como ser que é tosquiado para ornamentar os clarins, clarins estes que musicalizam o asco da tragédia, da melancolia que é cantado em forma de yaraví (canto melancólico de índios peruanos), exclamando no brilho metálico a tristeza diante dos acontecimentos, clarins que anunciam a tragédia.

Já na terceira estrofe, têm-se o romper da liberdade, onde o condor, ave esplendorosa que paira sobre os andes, imagem do mundo inca é alvejado, desplumado pelos invasores que impõem o terror através dos arcabuzes. Mas aqui, na terceira estrofe, o eu-lírico acende uma réstia de esperança ao trazer a figura de Lázaro (figura cristã ressuscitada por Jesus Cristo), e é nessa figura que o eu-lírico lança a luz perene que resgata a humanidade pairando sobre os Andes, uma flor de esperança incaica.

 Na quarta estrofe, o eu-lírico caminha para o desfecho se colocando como uma entidade sobrenatural, uma “gracia incaica”, que pouco a pouco vai desaparecendo entre os templos que os colonizadores trouxeram consigo, destituindo os templos do sol de Cusco, os quais vão sendo resignificados, esquecidos como local tomado de fosfato e cicuta, um sinal da morte de uma cultura e uma crença. E com isso, a raiva que brota de sua própria essência que emerge entre as pedras áureas da coricancha.

Por fim, na última estrofe, “Un fermento de Sol; / levadura de sombra y corazón!”, o eu-lírico se apresenta como um ser que ainda existe, um sol que compartilha a tristeza e o sentimento sobre o acontecido. Uma tríade que percorre todo o poema: O sol que está para todos, mas que a sombra cobre poucos provocando o sentimento de perda e definhamento frente a histórica imposição do estrangeiro que engoliu os incas.

A presente leitura do poema Huaco é uma das possibilidades que nos leva a olhar para o horizonte e enxergar apenas a ponta do iceberg, enquanto que outros olhares também podem se fazer presente. Tudo vai depender do grau de conhecimento e da forma de olhar os signos que se moldam no poema de Vallejo.


Referencia

* VALENZUELA MARTÍNES, Carolina. La recuperación del legado incaico precolombino en Los Heraldos Negros de Cesar Vallejo y en la obra pictórica de Fernando de Szyszlo. Publicado em: 06 jul. 2007. Critica.cl | ISSN 0719-2088 | Año XXV. [Red Latinoamericana de Revistas Académicas en Ciencias Sociales y Humanidades LatinREV]. Disponível em: http://critica.cl/artes-visuales/la-recuperacion-del-legado-incaico-precolombino-en-los-heraldos-negros-de-cesar-vallejo-y-en-la-obra-pictorica-de-fernando-de-szyszlo. Acesso em: 23 set. 2021.

Uma “tradução” de Fozi Lady: “la gran agua/huaca

 

Foz pode ser assumida como a boca do rio, ou ainda um espaço onde um corpo de água desagua em outro corpo de água. Isso me pareceu muito provocativo, à medida que o contato com Fozi Lary possa ser “inventado” como um espaço de fabulação déltico em que se gesta a desembocadura de diversos percursos, de diversas veredas que produzem um potente ruído, ou seria melhor dizer, um “soluço” que ecoa, perpetua movimentos, águas de águas, que são definidas como diferença: rios, lagos, lagoas, riachos, igarapés, mares, oceanos, mas que, doces e salgadas seguem sendo líquidas, mutantes, vibrantes, como veias por entre as pedras fecundas. Minha “leitura/tradução” de Fozi Lady encontra aí a força de “uma abertura sagrada” como das bocas-huacas. Sagrada no sentido de fecunda e impossível de aprisionar, limitar ou encerrar. A performance que se oferece nesse espaço liminar criador permite o trânsito-encontro de diversos fragmentos que inventam a Vallejos múltiplos, invenções talvez, similares em alguma medida ao retrato-invenção que Picasso houvera produzido de um certo Vallejo, a quem ele nunca houvera visto em carne, mas a quem inventara por três vezes distintas a partir da invenção da mirada de outros, que permitiram em alguma medida uma conexão a partir de uma relação poética, criativa e sempre movente, sempre juguetona. Fozi Lary parece oferecer essa provocação a partir do jogo, já que seu título também professa essa lógica de foz, desaguam aí, desde o início, possibilidades diversas de relação e movimento. O personagem assina desde uma foz inventada pela geografia e pela demarcação de uma territorialização: Foz do Iguaçu. Esse topônimo guarda e oferece, esconde e mostra os rastros, os fragmentos de outras aguas que subjazem, ou que se “encabritan” e promovem rasuras, fendas, bocas que se abrem, cuencas que permitem o contato com fissuras, muitas vezes “lidas como “hipos” pela obsessão monocorde do totalitário, do universalizante. Gosto desse jogo porque posso assumir que ao sonorizar Foz do Iguaçu, toco com minha língua outras línguas, que não reconheço como minhas, ao mesmo tempo que faço minha uma língua que é minha desde sempre, alguma coisa minha que é também rapinhada, e no jogo perigoso e gozoso de esquecer/lembrar, mostrar/ocultar minha língua se une à liquidez de diversas outras línguas que dizem então “água (s) grande (s) ” (significado de Iguaçu em tupi-guarani).

Essa reunião, essa “desembocadura” germinante de possibilidades permite que “foz” faça também alusão a”fox”, especialmente à “foxy lady/fozi lady”, que poderia ser traduzida literalmente como senhora raposa, mas que alude a uma figura feminina bela, sensual, mas cujo termo, “fox”, ‘foxy”, me remete ainda a outro termo, “zorro”, mimetizando, ou melhor dito, “inventando” a mesma lógica da foz, movimento constante de liquidezes que desembocam em outras liquidezes que constantemente se deslocam, termos que desembocam em outros termos e permitem a invenção de um caminho que leva à movência, a uma dança que apresente uma negação do universo dicotomizado e limitante de um certo ocidentalismo e me permita um contato com os rios-caminhos dos zorros de arriba y de abajo de lo Andes, serpenteantes caminhos que conduzem a relações outras. Foxi Lady permite assumir a invenção serpenteante de Vallejos diversos que vão desenhando performativamente (des)caminhos  que me permitem ler essas páginas, como páginas-palavras-huacos, que talham diversas faces de Vallejo, todas palavras-água, permitindo afrouxar e “desfiar” raízes, conduzindo-nos a um olhar às diversas relações que resultam desses percursos-performances. Fozy Lary poderia ser uma huaca metafórica en donde es posible que depositemos nuestras “zorras de oro”, nuestras palavras-ofrendas para celebrar este linguaje, de esta garganta de agua, un hipo que impele a perfomar sonidos de chorro, de aguas que desembocan en otros cuerpos de carne, de sonido y de dibujos, siempre invenciones que alargan los caminos y alimentan las gargantas hambrientas de nuestra imaginación, que de alguna manera nos permite inventar una relación con nuestra levadura de sol, con las vértebras que nos permiten movimientos de baile y celebración desde la espina de la cordillera.

LEvaDURas (po)éticAS (Suerda)

Uma nota sobre Fozi Lady, de Pedro Granados


            Como entrar na obra de César Vallejo? Questionamento comum que tem sua importância em virtude das muitas formas de entrada, embora nenhuma delas seja, em um primeiro momento, passaporte seguro para compreendê-la. Mais ainda quando pouco se encontra em língua portuguesa que atenda ao propósito de “entrar na obra”, relegando ao candidato, aventureiro desta história, descobrir fontes abundantes que permitam a insurgência de boas primeiras impressões.

            Seria este o caso de um leitor iniciante de Trilce, como este? Por óbvio. Nesse sentido, se existe um importante processo de conhecimento que busca ultrapassar o conhecimento enciclopédico do autor, Fozi Lady, de Pedro Granados, o ultrapassa e mais que enumerá-lo em abundância, o traz em toda sua complexidade por meio de uma autoficção de inegável estilo.

            A entrada e saída da leitura geram um sentimento de incompletude, mas de uma maneira muito singular. Longe de deixar o leitor em falta, revolver todos os capítulos da obra cria uma sensação de transbordamento, que nos ultrapassa e nos suprime, num afogamento e numa falta, na via paradoxal de contentar-se com o muito, não obstante, esperar mais de sua potência.

            O autor ficcional elabora um inventário biográfico apócrifo dos muitos autores que escrevem o texto (e são tantos, Vallejo, Juvenal, quem mais?). E nesse jogo estrutural da ficção, vai tecendo uma novela, creio ser essa a ideia, onde é fácil perder-se na identificação de quem é quem, mas é fácil também tomar um pelo outro, como se o plano original já previsse uma fundição de todos.

            Além de um “evangelho apócrifo” de um Vallejo no centro do palco, como numa encenação, que tem sobre si todos os olhos do mundo, uma plateia de pessoas distintas, como escritores, críticos, acadêmicos e pessoas comuns, Pedro Granados parece querer revolver a fundo os véus que encobrem o verdadeiro Vallejo, à sua maneira, para nos mostrar aquele “niño que em ciertos momentos sufría las agonias de un hombre” (p. 9).

            Certa feita, quando da escrita de Cultura e imperialismo, Edward Said refere-se a um certo “exame geográfico da experiência histórica[1], ideia que apesar de ter sido utilizada noutro contexto, seria uma boa maneira de entender a ideia de Pedro Granados e de recepcionar Vallejo (eis que somos leitores néscios, neste evangelho), já que temos na obra muito mais do que dela pedimos.

Da leitura, temos mais que uma ficção, ou autoficção, outros elementos são igualmente importantes: o autor (ou autores), o momento histórico de produção, o momento histórico a qual se reporta, a recepção, as pessoas e instituições ligadas ao autor (aos autores), entre outros. Uma relação entre passado e presente se manifesta, pautada pelo rigor de observações autorreferenciadas, num tempo suspenso onde todos os tempos existem no rigor linear de um momento.

Fozi Lady trouxe ideias sólidas sobre César Vallejo, é um passaporte delicado, mas que traz grande retorno aos que nele se apoiam. Neste volume conheço o Vallejo apaixonante, marxista, privado de condições materiais, por vezes desamparado, mas sempre absorto em sua arte, na técnica de uma escrita social que o fez ser aludido por Eduardo Galeano como “o poeta dos vencidos”.

Muito mais pode se tirar do livro, assim como muito mais se pode entender e conhecer de Vallejo em sua leitura e estudo. Mas, como disse Juvenal (ou Miguel, ainda me custa saber), “nunca (se) está preparado para um bolero” (p. 7). E certas coisas apenas o tempo pode entregar a verdadeira noção de sua importância. Reminiscências subjetivas podem ter sido utilizadas na nossa construção, tanto das de Pedro Granados, como as minhas, mas não importa.

Encerro a observação, neste 26 de setembro de 2021. É manhã na cidade de Rio Branco, Acre, Brasil. A mim ocorre e custa pensar que “la carpintería biográfica, política y sentimental que conocemos del poeta sólo em algo nos puede ayudar a vislumbrar aquello. Es decir, que dicha carpintería no constituye, por sí misma, la cerradura por donde atraviesa y se entretiene manso el sol em cada uma de nustras lecturas” (p. 30-31).

Fumo um charuto, hábito dos domingos, penso em um gole de uísque, mas desisto pelo horário, contemplo a realidade por alguns minutos, como inebriado pelo final da leitura de Fozi Lady e como na carta que escrevem a Juvenal, referenciada no parágrafo anterior, já não sei quem a firma, como a este texto, será Márcio, Juvenal, quem mais?

Márcio Bezerra da Costa 



[1] SAID, Edward W. Cultura e imperialismo. Tradução de Denise Bottmam. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 33.

domingo, 26 de setembro de 2021

Todos han muerto y estoy velándoME

 


En estos días últimos intenté sentarme milagrosamente sobre las aguas de Vallejo, pero a cada oleada de página me voy deshaciendo, quizás descuartizándome una y otra vez bajo sus palabras-piedras, tan potentes, que se mueven con un frenesí de mar, que se desborda su propia franja, que traga y vomita a la vez sus intestinos y corazón, que son a un tiempo su margen, espacio peligroso de vida/muerte, que se (des)hila a cada segundo-grano-de-arena. Mientras llovía soplada por el viento de “Todos están durmiendo para siempre” y me recitaba a mí misma que fuera posible que todos los días fueran “el dos de Noviembre” y que por eso me doblaban a mí y pesaban en las pestañas y en la memoria, siempre “muerta de hambre” me sentí tragada por la fuerza indecible del agua, cuando intenta recorrer el borde de sus enaguas y de niña con mucho pavor me aferraba a las piernas de mi abuela y sentía que todo que tenía bajo el cuerpo mío se deshacía y me rasguñaba. Me vino entonces el dolor pungente del ojo de mi abuela, siempre precipitado de sus bordes, como que jugando a la vera del abismo y tal juego le dolía la vida entera. Veía como por “la lente de una llaga”. Me quedé dormida y de debajo de mi almohada salió un quetzal que me cantaba a gritos que le abriera la puerta. Muy atontada me ponía algo aterrada y el pájaro movía sus alas con un inquietante frenesí mientras repetía el ruido con el pico y me apresuraba, como que conteniendo mi cuerpo entre sus plumas aladas. No sabía dónde una puerta. Pronto empecé a inventar una grieta con mis propias manos. Al inmediato contacto con la tierra escuchaba la música marina, con sus acordes de viento, algo ronco, algo húmedo. Mis úmeros bailaban notas sordas. Ahora era todo oscuridad. Sentía mi pecho algo apretado, pero todo mi cuerpo era mi pecho, que se inflaba y desinflaba. Todo latía. Y en la oscuridad de aquél agujero los ojos de plumas de colores de una serpiente me miraban como si por medio de una conjura al revés, que se produjera en el total silencio yo me fuera dejando estar pendiente de la mirada. Los úmeros hubieran llegado hasta el meollo del vientre y me sentía incómoda, porque en mi propia piel se desencadenaba un lamento de útero. Un movimiento de útero, que dilataba, liberaba y a la vez retraía. Veía en la oscuridad un dolor con proporciones de océano, innumerable y el dios serpiente emplumada se iba enroscando en mi útero, inventando allí un nido, sembrando en aquél suelo de agua una única pluma sagrada. La importante convulsión hizo que la tierra me pariera, escupiéndome al borde del mar y con los ojos bien cerrados de viento y arena pude ver al emplumado animal convirtiéndose en puro sonido lejano, inaudible, tan fuertemente inaudible que me hacía sangrar por los oídos. Absolutamente anonadada me dejé ser tocada por la voz del viento, por los párpados de la mar que se cerraban y abrían, bailando paralizada con la arena que era revolcada. De repente el sonido-gestación de concha, de entrañas, de oscuridad y secreto en plena luz. Alguien se me acercaba, se arreglaba a mi lado y las olas me empezaron a decir como en susurros: “los ojos buídos y oscuros, los ojos buídos y oscuros, los ojos buídos y oscuros, los ojos buídos y oscuros, los ojos buídos y oscuros”, como sí esa cantilena formara un espiral que me hubiera hecho acordar de cosas que nunca hubiera vivido, que viví muriéndome, que morí sin vivir, cosas que olvidé sin que fueran mías, pero que ahora se inventaban de otra forma, cosas mías desde siempre. Y los ojos buídos y oscuros me interpelaban sobre los secretos que hacían llorar piedras-perlas-de-sal. Entonces, con palabras oscuras, de viento y concha marina le hablé de que buscaba por la vida toda inventar un batiscafo que me permitiera bucear por el útero de la tierra, pues envidiaba a Quetzalcoatl, necesitaba reinventar los huesos, rozarme los oídos en cada trozo roto de mis amadas, mis queridas, necesitaba sentir que me decían, como bailaban allí, ahora, cómo latían dentro del corazón-útero de las piedras. Aunque todos duerman, parecen inflamarme el vientre y me duelen. Por las noches no duermo, como si movimientos de bestias marinas hirieran, rascando por debajo de mi piel, siento que el umbral mismo en que el inca traspasa sin cesar, entre la oscuridad y su (re)nacimiento perpetuo voy a morir, inflada de un fermento que se produce desde la muerte, mi útero es a veces todo mi ser fecundo, y a veces y a la  vez es solo una mortaja indecible, incalculable, como el manto de la mar por las noches sin luna, puro secreto de vida y de muerte, de alegría y nostalgia, cuya ronca musiquilla traspasa lo que se puede traducir y busco, día y noche una palabra-escafandra que contenga y sobreviva resguardando el peso de mi dolor, de mi “bolor”, de mis calaveras con inscripciones en la frente que solo pueden ser dichas …es que hay un mar atragantado en mi garganta y las bestias pululantes de esta mar hieren mis cuerdas que sofocan hasta exprimir su voz por la sorda nota mojada de gotas saladas que fermentan por los ojos. Entonces le hago una petición. Le digo: Vallejo, por favor, dejame robar tus perlas-palabras, tus gotas musicales para que pueda despejarme, deja que sean mías y me ayuden a vomitar la tormenta líquida de dentro de mi útero-garganta: GOLPES COMO DEL ODIO DE DIOS; COMO SI ANTE ELLOS, LA RESACA DE TODO LO SUFRIDO SE EMPOZARA EN EL ALMA …LAS CREPITACIONES DE ALGÚN PAN QUE EN LA PUERTA DEL HORNO SE NOS QUEMA … VUELVE LOS OJOS, COMO CUANDO POR SOBRE EL HOMBRO NOS LLAMA UNA PALMADA; VUELVE LOS OJOS LOCOS, Y TODO LO VIVIDO SE EMPPOZA, COMO UN CHARCO DE CULPA, EN LA MIRADA. Ahora ya no importa, se las robé, y son lo mismo siendo otra cosa. Mientras nos hablábamos, él, por medio de la mirada invocada por las olas como grietas-útero-agujeros me preguntaba que estaba hilando, qué es eso que voy cosiendo mientras nos mirablávamos. En silencio le contesto que es la herida de mi abuela, en su cabeza, la hilo y deshilo, una y otra vez, pero la grieta esta me duele, y voy intentando arreglarla, es una herida, un rasgo, que se instaló muy hondo en mis tripas y en mi útero, pues que siento el mundo con mis tripas y con el útero mío y de mis mujeres, desde el nacimiento heridas de muerte, úteros-vidas que a veces son impelidas a gestar “manitas que se abarquillan asiéndose de algo flotante, a no querer quedarse”. Las “cuencas profundas, abismales” se convierten en huacos/huacas desde donde invento conjuras a mis xoloitzcuintles, mirando desde arriba el océano a revés, intentando, por medio de los aullidos que lloramos riendo juntos, alcanzar a mis hermanas, madres e hijas: las cihuateteo que tradujeron vida y muerte, lucha y dicha desde sus adentros, desde sus entrañas, por eso deshilé la tierra y te acosté con todo mi amor en el vientre de la Pacha. En la lengua que he aprendido contigo exploto mis lamentos, pues sólo imitando los aullidos de la madrugada de tu muerte soy capaz de tocar lo absurdo. “Absurdo, sólo tú eres puro”. Aullando (des)hilo regalos desde la huaca más sagrada: la piedra misteriosa que se muestra como un ojo-cuenca-de-obsidiana. Desde esta concha produzco vientos aullantes: axcan quiahuiz yali mitote ollin cihuatl yolotzin xochitl iztli. Conjuro desde mi útero-vientre-garganta “no lo que aún no haya venido, sino lo que ha llegado y se ha ido, sino lo que ha llegado y ya se ha ido”. Murmuro a orillas del mar trozos-granos- invocaciones para que subamos para abajo, para que mi concha-obsidiana pueda parir el pájaro que brotará desde la tierra: Pachakuti, ¡lloved, olead, granizad!


Suerda Lima

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