No cárcere em Trujillo Vallejo escreveu suas dores
não sabendo que em cem anos eu as sentiria.
No cárcere em Trujillo sentiu a passagem do tempo
entediado com as horas repetidas e vazias.
Tempo tempo tempo tempo.
Como fosse o dia de ontem: o lamento
do homem e do poeta desumanizados
no cárcere em Trujillo entre grades
porque todo cárcere é uma ode ao tédio
Era era era era.
Todo cárcere é uma ode a Lomismo
a coisa alguma acontecendo o tempo todo
ao som das horas escorrendo líquidas
entre os dedos entre os dentes entre as grades.
Nome nome nome nome.
No cárcere em Trujillo os galos cantam
como hoje cantam, como amanhã cantarão.
E uma angustia invade a tarde, um incômodo,
que não se dá nome, mas que se sente.
Tédio tédio tédio tédio.
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